segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O PODER E O POVO

A República foi feita pela chamada “geração de 90″ (1890), a chamada “geração doUltimatum“, educada pelo “caso Dreyfus” e, depois, pela radicalização da República Francesa de Waldeck-Rousseau, de Combes e do “Bloc des Gauches” (que, de resto, só acabou em 1909). Estes beneméritos (Afonso Costa, António José d”Almeida, França Borges e outros companheiros de caminho) escolheram deliberadamente a violência para liquidar a Monarquia. O Mundo, órgão oficioso do jacobinismo indígena, explicava: “Partidos como o republicano precisam de violência”, porque sem violência e “uma perseguição acintosa e clamorosa” não se cria “o ambiente indispensável à conquista do poder”. Na fase final (1903-1910), o republicanismo, no seu princípio e na sua natureza, não passou da violência, que a vitória do “5 de Outubro” generalizou a todo o país.
 
Não admira que a República nunca se tenha conseguido consolidar. De facto, nunca chegou a ser um regime. Era um “estado de coisas”, regularmente interrompido por golpes militares, insurreições de massa e uma verdadeira guerra civil. Em pouco mais de 15 anos morreu muita gente: em combate, executada na praça pública pelo “povo” em fúria ou assassinada por quadrilhas partidárias, como em 1921 o primeiro-ministro António Granjo, pela quadrilha do “Dente de Ouro”. O número de presos políticos, que raramente ficou por menos de um milhar, subiu em alguns momentos a mais de 3000. Como dizia Salazar, “simultânea ou sucessivamente” meio Portugal acabou por ir parar às democráticas cadeias da República, a maior parte das vezes sem saber porquê.

E , em 2010, a questão é esta: como é possível pedir aos partidos de uma democracia liberal que festejem uma ditadura terrorista em que reinavam “carbonários”, vigilantes de vário género e pêlo e a “formiga branca” do jacobinismo? Como é possível pedir a uma cultura política assente nos “direitos do homem e do cidadão” que preste homenagem oficial a uma cultura política que perseguia sem escrúpulos uma vasta e indeterminada multidão de “suspeitos” (anarquistas, anarco-sindicalistas, monárquicos, moderados e por aí fora)? Como é possível ao Estado da tolerância e da aceitação do “outro” mostrar agora o seu respeito por uma ideologia cuja essência era a erradicação do catolicismo? E, principalmente, como é possível ignorar que a Monarquia, apesar da sua decadência e da sua inoperância, fora um regime bem mais livre e legalista do que a grosseira cópia do pior radicalismo francês, que o “5 de Outubro” trouxe a Portugal?

(Adaptação do prefácio à 6.ª edição do meu livro O Poder e o Povo).

Vasco Pulido Valente
(Fonte: Público)

O IMPASSE DO REGIME

 

Vasco Pulido Valente chama-lhe uma “extravagante situação”, a do País inteiro estar fatalmente condenado a conviver com o primeiro-ministro mais execrado de que há memória, pelo menos durante mais um ano, talvez o período histórico mais delicado e determinante da nossa história recente. 
Assim é, porque as normas constitucionais produziram a aberração que é esta autentica manietação regimental: o legislador, prevenindo a natureza facciosa do Chefe de Estado emergido da luta partidária, e a possibilidade duma manipulação da agenda política em seu proveito eleitoral, impede-o de dissolver o parlamento, de acorrer a uma mais que previsível tragédia política a curto prazo. Aconteça o que acontecer durante os próximos meses, o destino da Nação encontra-se nas mãos de José Sócrates.

Irónico é como esta realidade afinal se revela tão conveniente ao Presidente da República que assim não necessita arriscar uma dramática decisão política, sobejando-lhe uma condescendente e escorreita caminhada triunfal para o seu segundo mandato. Resta-nos a nós esperar, torcer e rezar para que, daqui a um ano ainda haja um País para ser “presidido”, um Estado para alguém governar, um Portugal onde possamos trabalhar e criar os nossos filhos.


publicado por João Távora
(Fonte: Blogue da Real Associação de Lisboa)

domingo, 10 de outubro de 2010

CEM ANOS DE MENTIRA

Não podia ter calhado melhor este centenário de comemorações da república, que para alguns é também o centenário da resistência monárquica ao estado desta república. República esta que nos ofereceu a I república, um dos períodos mais negros da nossa história e posteriormente o Estado Novo, objectivamente o período mais negro da nossa história recente - em cem anos de regime que alguns agora comemoram tivemos mais de metade de anarquia e de ditadura, e é triste verificar que os historiadores do regime nada dizem sobre o assunto, limitando-se a fazer a apologia de ideais sobre uma chefia do estado que nada tem de ideológico.

Hoje sabemos que estamos em crise profunda, e temos a noção que esta crise não apareceu do nada, nem nos chegou via correio internacional dos E.U.A. ou do BCE. Sabemos que a crise que vivemos teve responsáveis, foi fruto de más práticas de gestão da coisa pública, logo foi essencialmente fruto dos políticos que nos governaram nas últimas décadas. Políticos que nos governaram em república, com um chefe de estado, ou seja, o mais alto magistrado da nação e o nosso supremo moderador, comprometido com os partidos, com as influências financeiras e com todos os outros lobbys. E não falo de nenhum presidente em concreto, falo de todos - não houve na história da república nenhum presidente independente, que moderasse a nação acima dos interesses dos partidos que o ajudaram a eleger, dos interesses económicos que financiaram a sua campanha e das personalidades e amigos que o fizeram subir na vida política e lhe permitiram chegar à presidência da república.

Neste regime em que vivemos está tudo comprometido com as más práticas políticas que infelizmente afundaram o nosso país, as nossas empresas e principalmente as nossas famílias. Este comprometimento vai da Assembleia da República até à Presidência da República, passando pelos conselhos de administração das grandes empresas e pelos gestores públicos com honorários que envergonham aquilo que devia ser um estado de direito democrático. No meio de tudo isto ninguém consegue dizer basta. Nem mesmo o chefe de estado consegue ser o timoneiro de uma mudança das práticas políticas, isto por apenas um motivo: o Presidente da República é o primeiro nesta teia de compadrio e comprometimentos.

Comemorar a república neste 5 de Outubro é o mesmo que baixarmos os braços e aceitarmos o estado a que o nosso país chegou, é negarmos às próximas gerações o direito a serem felizes e a serem bem governadas por políticos sérios, que sejam moderados por um chefe de estado isento, com um sentido de missão patriótica e que esteja acima dos interesses partidários, pessoais e financeiros que nos fizeram chegar até aqui. Cem anos de regime, devem merecer da parte de todos pelos menos cinco minutos de reflexão.

João Gomes de Almeida
(Fonte: Blogue da Real Associação de Lisboa)

sábado, 9 de outubro de 2010

OS EXILADOS DA REPÚBLICA!

“Forçado pelas circunstâncias, vejo-me obrigado a embarcar no iate Real Amélia. Sou Português e se-lo-ei sempre. Tenho a convicção de ter sempre cumprido o meu dever de Rei em todas as circunstâncias e de ter posto o meu coração e a minha vida ao serviço do meu País. Espero que ele, convicto dos meus direitos e da minha dedicação, o saberá reconhecer!”
El-Rei Dom Manuel II.

Esta frase estava entre as suas últimas palavras:
"Quero bem a todos os portugueses, mesmo àqueles que me fizeram mal".Rainha Dona Amélia.

Maria Menezes

Fonte: Facebook

SER MONÁRQUICO NUMA REPÚBLICA


sexta-feira, 8 de outubro de 2010

QUANDO ACORDAREMOS?

“(…) o restabelecimento da Monarquia, a que se chama contra-revolução, não será uma revolução ao contrário, mas o contrário da Revolução

Joseph de Maistre

1. Ao contrário do que aconteceu na fundação das três repúblicas que conhecemos, nós, os realistas democráticos, queremos uma transição para a Monarquia baseada num contrato, entre o povo e o soberano. Não queremos, não reivindicamos, não pretendemos a restauração através de um golpe de Estado (como aconteceu em 5 de Outubro, 28 de Maio e 25 de Abril). Queremos um progresso, um avanço para uma Monarquia Constitucional, baseada na Tradição democrática portuguesa. Queremos um regime mais respeitador dos princípios da Res Publica, ou seja, do que é público – do que é de todos (a corrupção e o tráfico de influências é, muito provavelmente, o maior indício da prostituição do poder político). Constatamos que o cidadão está cada vez mais alheado dos negócios públicos. A polis está submersa num denso nevoeiro, onde nem governados nem governantes percebem o rumo da Nação. Apercebemo-nos que os protagonistas políticos estão afogados em mentiras e contradições. E o cidadão sente-se cada vez mais impotente para alterar o status quo.

2. Precisamos de um poder Moderador que nos represente a todos e não apenas aos partidos. Alguém acredita que o Presidente é independente do sistema partidário? Não me parece! Até hoje – desde 74 – não se conhece nenhum Presidente eleito sem o apoio de um ou mais partidos (este apoio traduz-se numa nomeação: o partido escolhe o seu candidato).

3. O contrário da Revolução é o caminho legítimo para a consagração de um regime legítimo. Vivemos numa tensão entre o passado, presente e futuro. A memória, a vitalidade histórica (modo de adequação ao tempo presente) e a perspectiva de um futuro melhor, consubstanciada numa visão realista do que poderá acontecer, são os princípios orientadores do rumo a seguir. O leme tem de estar em nossas mãos!

p.s. Festejemos o verdadeiro 5 de Outubro, celebremos o Tratado de Zamora!!


Gonçalo Barrilaro Ruas (Setembro de 2010)

PERGUNTAS SOBRE AS COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA


COMEMORAR PORTUGAL

A um dia de completar o magnânime 867º aniversário de Portugal, prefere-se falar do residual centenário de uma organização ilegítima a que chamam república. A um dia da notável data, registo que, em observância geral, não houve uma referência a Zamora e ao aniversário da fundação de Portugal. Que estranho. Que ridículo. Que irresponsabilidade. Registo um regime de paternidade que educa os seus alunos para serem órfãos. Que os motiva para serem nada. Para cidadãos cinzentos perdidos na enorme cidade que é a globalização. Somos sim um produto cinzento. Descaracterizado. Sem alma. Sem coração. Um miserável que tenta pagar as contas. Que não passa da miséria, mas que faz questão de celebrá-la. Que ridículo. Eu não comemoro o centenário da república. Porque não sei quem é. Porque ninguém a escolheu. Porque roubou o meu País. Roubou-o e omite-o. Esconde-o. Envergonha-o. Corrói o cimento glorioso de oito séculos de história. Eu comemoro Portugal. Fomos respeitados no passado, somos gozados no presente. E temos que levar com isto. Registo um povo que teima que ter valores é uma coisa do passado. Que a liberdade é ter tudo e não ser nada. Que é não pensar em nada. Que a Nação é uma fardo pesado de levar às costas. A república veio doutrinar que oito séculos de prestígio são peso a mais. Que é preciso romper com esta glória, e assim cada um vai à sua vida…que esquece Portugal para celebrar um regime…que inconsistente nacionalismo…que incoerente sentimento pátrio…que estranho um regime que esconde a própria Nação que governa, que se envergonha dela, que se sobrepõe a ela…a república prefere celebrar-se a ela que a Portugal. É este o regime que temos. Ninguém escolheu, mas temos. É nesta medida que os monárquicos são a alma de Portugal, do Portugal anestesiado e penhorado. Cabe-nos a nós, monárquicos, cumprir o projecto de 5 de Outubro de 1143. Eu não comemoro o centenário da república. Eu comemoro Portugal. Amanhã estou em Guimarães. Viva o Rei! Viva Portugal!

Mário Neves, Vice-Presidente da Real Associação da Beira Litoral
04/10/2010 in Blogue "Fidelíssimo"
 
 

IMPOSSÍVEL CORTAR NA DESPESA

É impossível cortar na despesa. É impossível cortar nos institutos públicos. Senão, como ia esta gente toda viver?
Vamos a um exemplo. Conhecem a ANACOM? Espero que gostem do site. Custou-vos exactamente 54.000,00 €, em dois contratos por ajuste directo, de 180 dias cada um, mas com uma diferença entre si de pouco mais de uma semana.
É um instituto público já com alguns anos. Em 2009 fez 20 anos. Gostava de ter sido convidada para a festa. Imaginem que só a tenda (aluguer e montagem), a decoração e o som e vídeo ficaram em 74.063,00 €. O catering, animação e afins só vos custou 60.476,00 €. Uma pechincha, os 20 anos. Isto foi em Outubro, e zás, mete-se o Natal. No ano anterior, em 2008, o Luís Suspiro só tinha cobrado 21.250,00 € pelo jantar de Natal. Como 2009 já era ano de crise, contratou-se o Hard Rock Café para o catering da festinha. Por 8000 €, vale bem a pena!
2009 foi também o ano em que a ANACOM precisou de um template Word e Excel novos. Por 11.350,00 €, e em 150 dias, ficou o trabalho feito. Foi um ano importante para a saúde do instituto: 10.985,00 € para se deixar de fumar. O programa Melhor Vida, dizem eles. Pois, acredito.
Este post podia continuar. Mais uns 12000 € em convites para aqui, umas dezenas de milhar em conferências e brindes para ali. O meu ponto é só este: antes de aumentar impostos, antes de cortar em salários, pensões e subsídios, era para isto que se devia olhar. Não tenho nada de pessoal contra a ANACOM. Neste post, serviu só de exemplo da gordura estúpida deste Estado podre. Podia ter sido qualquer outro instituto público, câmara municipal, empresa municipal. Neste site, basta escrever a palavra "jantar", por exemplo, e descobrimos em que é gasto o dinheiro dos contribuintes. Estupidamente gasto.

publicado por Ana Margarida Craveiro 
(Fonte: Blogue "31 da Armada")

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A 1ª REPÚBLICA POR MENDO CASTRO HENRIQUES

NÃO É OLHAR PARA TRÁS, É ANDAR PARA A FRENTE!

É impossível saber quantos são os portugueses que defendem a restauração da monarquia, mas a verdade é que os ideais monárquicos têm vindo a ganhar visibilidade, quer na Internet quer em acções de rua. Dizem que, por precisar do apoio dos partidos políticos, o Presidente da República nunca pode ser completamente independente, e defendem que o rei não só é o representante natural e de todos os portugueses, mas também um garante da unidade nacional e da estabilidade do País. Num momento de crise - não só económica mas, sobretudo, de valores - os ideais monárquicos podem ganhar cada vez mais terreno. No dia 5 de Outubro, um grupo de monárquicos vai reunir-se em Guimarães para uma declaração de lealdade a D. Duarte.

No telemóvel de Hélio Loureiro está a imagem da bandeira azul e branca, símbolo da monarquia portuguesa. O chef do Porto Palácio Hotel, conhecido por ser também o responsável pelas refeições da selecção nacional de futebol ou pelas receitas económicas que aconselha na televisão, preparou as ementas da apresentação de Afonso, o primeiro filho de D. Duarte, e do baptizado de Dinis, o filho mais novo. Podia ter sido só trabalho, mas foi mais do que isso. Hélio Loureiro usa o brasão da Casa Real na lapela e não esconde as suas ideias: "Sou monárquico convicto, não por tradição familiar mas pela certeza de que a restauração monárquica traria uma nova esperança para Portugal."

Descobriu-se monárquico aos 15 anos. "A minha geração é muito politizada, a conversa à mesa do jantar passava sempre pela política, o meu irmão era da esquerda radical. A mim não me deu para isso", recorda. Leu o Capital, de Marx, os pensamentos de Engels, o Livro Vermelho de Mao, mas depois continuou as leituras até encontrar resposta para as suas dúvidas políticas. Foi através de Gonçalo Ribeiro Telles que chegou ao pensamento monárquico, num momento em que dizer em Portugal que se defendia a monarquia era quase o mesmo do que defender o fascismo. Nada que o intimidasse: "Ser católico dá trabalho. Ser muçulmano dá trabalho. Ser judeu dá trabalho. Ser monárquico dá trabalho. Quando se é alguma coisa na vida é preciso trabalho. O mais fácil é não ser nada e não tomar posição, dizer que não se sabe. Quando se toma posição tem de se ter os pés bem assentes na terra e saber o que estamos a dizer. Com consciência." E que implica uma acção pública, como diz Hélio Loureiro: "Faz parte da minha missão enquanto português mostrar que há outro regime para além deste, que há outra verdade para além desta verdade, que isto não é o fim de uma etapa de Portugal, se calhar é uma transição."

Por tudo isto, a sua ausência será notada. Hélio Loureiro não vai estar esta terça-feira em Guimarães na declaração de lealdade a D. Duarte. "Gostaria muito de ir, mas marquei férias para esta semana. Não queria estar em Portugal nesta altura. Para não me enervar." Afinal, não deve ser fácil para alguém que defende profunda e publicamente a monarquia estar rodeado de celebrações do centenário da República - celebrar o quê?, perguntam os monárquicos, o regicídio?, a mudança de regime contra a vontade do povo português?, uma primeira República caótica, com retrocessos nos direitos fundamentais?, a ditadura que se lhe seguiu?, o PREC? Celebrar o quê? Este é o primeiro argumento de quem defende a monarquia: os monárquicos não falam da implantação da República mas antes da sua "imposição", contestam a legitimidade do novo regime e não perdoam a tirania.

"Sempre associei a monarquia à liberdade, devido à história não só do nosso país mas dos outros países da Europa. Na Alemanha e Espanha, as ditaduras aconteceram após o fim da monarquia", explica João Braga, 65 anos, monárquico desde sempre. "Era muito miúdo e lembro-me de chorar a ouvir, na rádio, a cerimónia do enterro da rainha D. Amélia", recorda. A influência da família foi determinante mas, apaixonado por história, o fadista aprofundou o tema e tornou-se um dos principais rostos da defesa da monarquia - "Existe aquele cliché: eu sou monárquico porque sou português. Não é que os republicanos sejam menos patriotas do que os monárquicos. Mas, quando Portugal foi grande, como nós entendemos uma nação grande, foi durante a monarquia. Portugal nunca foi tão pequeno como está ser nestes cem anos de república."

Isto é algo que preocupa Mariana Filippe, que herdou do pai o gosto pela pintura e a lealdade ao rei. Uma dos nove filhos de João D. Filipe, pintor especialista em arte sacra, lembra-se de como, lá em casa, as conversas sobre política eram também conversas sobre a responsabilidade social e os valores que regem a nossa vida. "Comecei a pensar no que é que significa ser português e como é que nos revemos no país onde vivemos", conta na sua voz pausada e tímida. Quando tinha 16 anos, a idade do "despertar da consciência política", já era claro na sua cabeça que não se identificava com o regime republicano nem com a figura do presidente. "Aos 18 anos entrei para a Real Associação e comecei a estar mais envolvida. Depois escolheram-me como representante da juventude na direcção. É a minha forma de participação cívica."

No atelier que partilha com o pai, mesmo em frente à Faculdade de Belas Artes, em Lisboa, onde já se licenciou em pintura e espera em breve começar o mestrado, Mariana, 22 anos, passa o tempo em tentativas e erros pintando retratos. "A arte figurativa está muito malvista nos dias de hoje, mas eu não me importo. É um desafio enorme. E gosto de retratar momentos de pausa, de reflexão, quase de suspensão do tempo, contrariando a agitação do quotidiano", explica, entre sorrisos. Na política, como na arte, Mariana não se importa de ir contra a corrente. "Quando digo que sou monárquica, algumas pessoas desatam a rir. Mas ficam curiosas. E já aconteceu, em conversas, despertar o interesse de alguns amigos. Pô-los a pensar." Não anda a tentar convencer ninguém, mas tem as suas explicações: "O rei é o símbolo de união, representa todo o País, enquanto o presidente só representa aqueles que votaram nele. Além de desagregação, isto provoca uma enorme instabilidade."

Este é outro argumento para defender a monarquia: "Dizer que qualquer pessoa pode ser presidente da República é uma utopia. Estão a enganar-nos. Para se ser presidente tem de se ter o apoio de um partido e, logo, não se é independente. O presidente, por muito que queira, nunca está acima dos interesses partidários. Já com um rei isso não aconteceria", afirma Francisco Franco de Sousa, de 22 anos, que, com o amigo Pedro Rodrigues Castro, está empenhado em animar o núcleo monárquico de Cascais. "Ser preparado desde o berço para a função faz toda a diferença", acrescenta João Braga, que não esconde a sua admiração "pelo sacrifício que implica a dedicação à causa monárquica, há um dramatismo na sina de quem nasce para esta função. Não é um privilégio, é uma missão." Uma missão para a vida inteira e que se prolonga nos seus filhos. "Isto é um garante da estabilidade, sabemos que o País não vai mudar o rumo de cinco em cinco anos, mesmo que mude o Governo, porque há algo que se mantém", acrescenta Mariana Filippe.

Se há assim tantas vantagens, por que motivo não há mais monárquicos (pelo menos a assumirem publicamente as suas convicções)? "As pessoas continuam a achar que os monárquicos têm grandes bigodes e anel no dedo. Ou que são todos duques e barões. Há um estigma. É um preconceito que temos de mudar e cabe aos jovens fazê-lo", afirma Pedro Castro. E são cada vez mais os jovens interessados pela causa monárquica, garantem. No ano passado, um grupo de monárquicos ligados ao blogue 31 da Armada - entre os quais Rodrigo Moita Deus, Henrique Burnay e Nuno Miguel Guedes - subiu à varanda do edifício da Câmara Municipal de Lisboa e hasteou a bandeira monárquica. Colocado online, o vídeo da "Restauração da Monarquia" causou enorme polémica e algum mal-estar entre os republicanos, mas teve o mérito de pôr toda a gente a falar do assunto. "Nas semanas seguintes houve imensas bandeiras hasteadas pelo País e até no estrangeiro", conta Pedro. "Isto prova que existe muita gente descontente com o regime e que está disponível para agir."

"Se esta celebração do centenário serve para alguma coisa, é também para pôr as pessoas a falar da monarquia", diz Francisco. E a verdade é que, no último ano, os monárquicos têm estado cada vez mais visíveis. Já não se reúnem só no tradicional jantar dos Conjurados, a 30 de Novembro. Hoje mesmo, um grupo vai sair para as ruas de Lisboa em mais uma "arruada monárquica", exibindo T-shirts azuis onde se lê "Eu quero um rei. E tu?", agitando bandeiras, distribuindo folhetos, gritando "O rei é fixe, a república que se lixe." David Garcia, 31 anos, é um dos que habitualmente participam nestas arruadas. "Acho que tem de haver uma maior abertura, uma aproximação à população", defende, acrescentando: "Muita gente pensa que ser monárquico é pertencer a uma família rica e ser conservador ou de extrema-direita não é nada disso", diz David, que não cresceu num meio monárquico nem pertence a qualquer elite. "Não tenho nenhuma tradição na família, sou um monárquico de consciência."

Foi em 1995, quando assistiu ao casamento de D. Duarte com D. Isabel de Herédia, que se fez um clique na sua cabeça de 16 anos. "Fiquei muito interessado em perceber quem era este homem e comecei a estudar não só a nossa história como as outras monarquias que existem na Europa." Foi o princípio de um caminho que o levou a ler livros como O Passado de Portugal no Seu Futuro, de Manuela Gonzaga, e a tirar o curso de História da Arte. Em 1999, associou-se à Real Associação de Lisboa. "Foi então que comecei a doutrinar-me, a perceber o vazio da República e a rever-me no princípio político defendido por D. Duarte", conta. Além disso, "basta olhar para o nosso país hoje para percebermos que algo está mal", diz. Ou como afirma Mariana Filippe: "Cada vez mais as pessoas estão descontentes e desanimadas. É nestes momentos que mais precisamos de um rei."

Mais um argumento para defender a monarquia: os países europeus que vivem neste regime (Reino Unido, Suécia, Dinamarca, Luxemburgo, Noruega, Espanha) parecem ter uma sociedade muito mais estável e harmoniosa e estar mais preparados para enfrentar a crise - se não em termos económicos, pelo menos em termos anímicos. A auto-estima de um povo e o "sentimento de pertença a uma comunidade que tem no representante histórico um garante da estabilidade" podem ser determinantes para a evolução d e um país, dizem os monárquicos.

"Claro que não iríamos ter uma monarquia absoluta, todas as monarquias actuais são democracias onde os ideais da igualdade, liberdade e fraternidade estão muito mais presentes, talvez, do que na nossa república", diz David Garcia. Ou, nas palavras de Hélio Loureiro: "Incutiram-nos a ideia de que os reis são uma coisa medieval e que eram todos tiranos. Tem-se a ideia de que a monarquia é uma coisa de direita quando o pensamento monárquico é mais à esquerda do que o pensamento republicano. Quando se descobre petróleo na Noruega, enriquecem todos, não só alguns. Por isso, quando as pessoas são questionadas seriamente sobre isto acabam por perceber. Não é voltar atrás, é andar para a frente."

Nas arruadas, distribuindo folhetos e respondendo às perguntas dos transeuntes, David sente que está a cumprir a sua missão: "Vamos para a rua para dar alguma esperança aos portugueses, dizer-lhe que há um outro caminho e que Portugal tem muita potencialidade." Da mesma forma, há quatro anos, decidiu iniciar um blogue a que chamou Projecto Democracia & Rei, onde publica notícias, vídeos, textos seus e de outros defendendo os ideais monárquicos. Mais recente, a página no Facebook já tem mais de mil membros. E este apenas um dos muitos sites e blogues associados à causa, desde as páginas oficiais da Casa Real ou da reais associações, passando por blogues simpatizantes - como o 31 da Armada (embora tenha também uma "ala marimbista"), o Pensar Portugal (de Ricardo d'Abranches), o Grupo dos Amigos de Olivença, o Livre e Leal (de Luís Aguiar Santos), o blogue de Pedro Quartin Graça, o Movimento 1128, e muitos outros. "Hoje é muito mais fácil encontrar outras pessoas que pensam como nós", reconhece David Garcia. É mais fácil comunicar, organizar acções e passar a mensagem. "Na Internet usamos uma linguagem simples, apelativa, moderna", explica. "Mostramos que a monarquia não tem nada a ver com privilégios."

É comum falar da despesa e do fausto associados às casas reais, mas os monárquicos alegam que a maioria das monarquias custa menos que a nossa república: "Nem que seja porque não teríamos de pagar as reformas e os privilégios dos anteriores presidentes", argumenta Pedro Castro. "As famílias reais têm o seu património. Dom Duarte não recebe qualquer pensão do Estado", explica Hélio Loureiro. E não há ilusões quanto a cortes e a bailes. "Todos os Estados têm as suas elites e as suas despesas de representação. A república também tem uma elite económica, social, cultural", explica Francisco Franco de Sousa.

Essa é também uma das lutas da duquesa Diana de Cadaval. "Ter um título significa, antes demais, ser portuguesa e honrar a tradição. A minha missão é inspirar-me no passado da minha família para tentar fazer melhor na construção do meu presente", diz a duquesa, que é uma das figuras da nobreza portuguesa mais populares, sobretudo desde que se casou com o príncipe Charles Philippe. As fotografias da família são publicadas nas revistas cor-de-rosa ao lados das imagens das famílias reais europeias. Mas Diana de Cadaval insiste em dizer, em todas as entrevistas, que é uma mulher como as outras. "Sou uma mulher que trabalha e que, como tantas outras, luta pelos seus objectivos. Tenho muitos projectos e faço por realizá-los o melhor que sei e posso. Temos uma vida cheia - de preocupações mas também de pequenos prazeres. Não temos preconceitos, por isso tento tirar o maior proveito de uma ida ao mercado como de umas horas de jardinagem ou de um baile em que encontramos os nossos primos, duques, príncipes, reis..." Autora do livro Eu, Maria Pia e colaboradora da revista Caras, Diana de Cadaval recusa-se a ser meramente duquesa. Mas não esconde uma esperança: "Acredito que o povo é soberano, e respeito a vontade da maioria, assim ela tenha oportunidade de manifestar. Estamos numa democracia, não estamos? Então ao povo português deve lhe ser dada a oportunidade de escolher."

Fonte: DN

OS SEM COROA



POUCOS MAS BONS! MANIFESTAÇÃO NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA DO MOVIMENTO DE UNIDADE MONÁRQUICA (MUM)

OS MONÁRQUICOS NORTENHOS: PELO REI E PELA GREI!

DISCURSO DE S.A.R., DOM DUARTE DE BRAGANÇA NO 5 DE OUTUBRO DE 2010 - PAÇO DOS DUQUES DE BRAGANÇA (GRAVAÇÃO VÍDEO)


Fonte: Blogue "Família Real Portuguesa"
 
Vídeo: Mariana Filippe

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

VIVA A REPÚBLICA!!!

À ESPERA DO REFERENDO PARA QUE SE CUMPRA A VONTADE DO POVO

Um referendo. É isto que exigem os monárquicos portugueses. Recordam que nas últimas eleições antes do 5 de Outubro de 1910 o Partido Republicano conquistou apenas 7% dos votos dos portugueses e afirmam que a instauração da república foi feita por uma elite, em Lisboa, e imposta ao resto da população que, historicamente, sempre foi monárquica. Perseguidos na primeira República, ignorados na segunda, e tolerados na terceira, os monárquicos portugueses continuam à espera que o povo diga de sua justiça: no artigo 288.º da Constituição portuguesa lê-se que qualquer revisão constitucional terá de respeitar "a forma republicana de Governo" e é contra este artigo que todos protestam. Substituir a palavra república por democracia na Constituição seria um dos desejos dos monárquicos, assumido por Paulo Teixeira Pinto, presidente da Causa Real - um sonho, para já, adiado.

Apesar de, em todo o País, haver mais de dez mil filiados no movimento, "é impossível saber ao certo quantos portugueses são monárquicos porque nunca houve um referendo e a Constituição não permite sequer essa hipótese", afirma o chef Hélio Loureiro. E, no entanto, quando se começa a falar com pessoas ligadas ao meio monárquico, os nomes surgem em catadupa. Gente de direita e de esquerda, de todos os partidos, de todas as idades. Artistas, intelectuais, desconhecidos.

"Temos uma república que não é completa, onde o povo é tratado como ignorante. A nossa democracia limita muito o direito de escolha ao não permitir que se pronunciem sobre o tipo de chefia de Estado que querem", afirmou recentemente D. Duarte Pio de Bragança, o chefe da Casa Real portuguesa. Filho de D. Duarte Nuno de Bragança e de D. Maria Francisca de Orléans e Bragança, nascido em 1945 em Berna, D. Duarte veio com a família para Portugal nos anos 50, licenciou-se em Agronomia e teve sempre uma intervenção pública discreta, com excepção para a defesa de Timor, de que foi um dos principais impulsionadores. Casou-se em 1995 com Isabel de Herédia, passando a ter, desde então, um maior reconhecimento público. Os que o conhecem elogiam-lhe o humanismo, a cultura e a devoção ao País.

E se houvesse um referendo? "Teria de haver um grande período de informação. Quando ouvem os nossos motivos, as pessoas percebem que temos razão", acredita David Garcia, monárquico habituado a participar em várias acções de rua e a ouvir as dúvidas da população. Mas seria possível instaurar a monarquia? Claro que sim, diz Mariana Filippe, que integra a direcção da Real Associação de Lisboa. "Ser monárquico é ter uma atitude de esperança."

Fonte: DN

DOMINGO PASSADO EM CELORICO DE BASTO: MONÁRQUICOS UNEM-SE NO APOIO A S.A.R. O SENHOR DOM DUARTE PIO, DUQUE DE BRAGANÇA


Vários movimentos monárquicos portugueses encontraram-se domingo, em Celorico de Basto, também para celebrarem o dia 5 de Outubro, mas de 1143, dia da assinatura do Tratado de Zamora. As diferentes associações e sensibilidades comprometeram-se a esquecer divergências e unirem-se à volta e no apoio a D. Duarte Pio.

Em declarações ao Diário do Minho, Manuel Beninger, presidente da distrital de Braga do Partido Popular Monárquico (PPM), explicou que a ideia deste encontro partiu precisamente desta estrutura partidária.

«Nós também comemoramos o dia 5 de Outubro, mas de 1143. É a data do Tratado de Zamora, da fundação da nação portuguesa. Por estranho que pareça, Portugal não comemora o dia da sua fundação.

Deve ser dos poucos países que não festeja o seu nascimento», criticou.

Segundo este responsável, impulsionados por essa data, o PPM de Braga encetou contactos com vários movimentos monárquicos para a realização de um evento, onde se pudessem congregar, no mesmo sítio, vários movimentos em torno da mesma figura da família real. «Resolvemos pôr de lado todas as diferenças e dar um apoio inequívoco à sereníssima Casa de Bragança, na pessoa do D. Duarte Pio. Este é um grande momento de unidade para a causa real», disse Manuel Beninger. Vários elementos da Real Monarquia Portuguesa também estiveram presentes no encontro, para darem o apoio à causa. «O objectivo é caminharmos num só caminho, sem questiúnculas laterais sem sentido nenhum. Depois deste encontro, nada será como dantes.

Estão serenadas as hostes em torno de quem é quem. Esclarecemos por completo que só há um caminho que é o da unidade. Vamos continuar a trabalhar nesse sentido. Mesmo que haja alguma divergência sobre o legado histórico», reforçou. No encontro estiveram os presidentes da Real Associação de Braga e da Real Associação de Trás-os-Montes, bem como representantes da Real Monarquia Portuguesa, que estava desavinda. Aliás, o próprio PPM também estava, porque o antigo presidente discordava de D. Duarte Pio. «A grande mensagem que sai deste encontro é de um movimento unido numa pessoa, sem derivações paralelas. É um passo importante. Houve coragem e cedências de parte a parte para caminharmos em torno da mesma figura».

Causa real forte puxa pela democracia republicana

Francisco Pavão, presidente da Real Associação de Trás-os-Montes, deixou claro o apoio a D. Duarte, chefe da casa real, e saudou os vários movimentos e sensibilidades em torno do chefe. Espera que do encontro saiam ideias para a causa real. Lembrou que a República teve períodos negros, sobretudo no início. «Houve perseguição à Igreja e a cidadãos, as mulheres perderam o direito de voto, ou seja, houve muita coisa má que continua a ser escondida», disse.

José Carlos Menezes, da Real Associação de Braga, também entende o encontro como uma oportunidade para dar visibilidade à causa. Lembra que as democracias mais estáveis da Europa são monárquicas, pelo que Portugal também tinha a ganhar com uma monarquia constitucional.

Joaquim Mota e Silva, presidente da Câmara de Celorico de Basto, republicano assumido, não teve problemas em abrir as portas dos Paços do Concelho aos monárquicos. «A Câmara tem sempre esta postura. É uma forma de estar muito plural. Gostamos de receber muito bem aqueles que vêm por bem a esta terra», afirmou. Aliás, Mota e Silva tem uma forma curiosa de olhar para o movimento. «Para o nosso país, quanto mais forte for a causa monárquica, mais evoluída pode ser a democracia republicana. É como nos partidos políticos. Quanto mais forte for a oposição, mais puxa pelo poder». Por outro lado, acrescenta, desde que as pessoas defendam as suas ideias com rigor e respeito, como é o caso, não pode haver problema algum.

«Quando se trata de religiões, o Papa defende um diálogo ecuménico para que haja paz. Aqui a lógica tem que ser a mesma, dentro da ordem democrática e do respeito pela diferença».

RECEPÇÃO NOS PAÇOS DO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO

Recepção nos Paços do Concelho (*)

Neste momento de profunda solenidade, aqui nos Paços do Município de Celorico de Basto, gostaria de manifestar perante o Senhor Presidente, Dr. Joaquim Mota e Silva, o nosso mais profundo agradecimento, por ter permitido reunir neste dia 3 de Outubro, um grupo de monárquicos, que inseridos numa republica, defendem valores morais, patrimoniais e identitários.
Estamos-lhe gratos, porque desta terra se fez muito deste nosso Portugal, e se traçou em muitos livros o seu nome – Celorico de Basto.
Estamos-lhe gratos, porque se lembrou de homens e mulheres que defendem Portugal.

Obrigado
(Manuel Beninger)

(*)
Engº Francisco Pavão – Real associação de Trás-os-Montes e Alto Douro
Drº José Carlos Menezes – Real Associação de Braga
Drº Joaquim Mota e Silva – Presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto
Engº Manuel Beninger – Distrital de Braga do P.P.M.

Recepção nos Paços do Concelho
ALMOÇO OFERECIDO PELA CÂMARA MUNICIPAL

Ex.mo Senhor Presidente da Câmara de Celorico de Basto
Ex.mo Senhor Presidente da Real Associação de Braga
Ex.mo Senhor Presidente da Real Associação de Trás-os-Montes e Alto Douro
Ex.mo Senhor Presidente da Mesa do Congresso e do Conselho Nacional do PPM
Ex.mo Senhor Don Camilo Marquês de Baamonde
Senhoras e Senhores

Gostaria de agradecer todas a disponibilidade prestada por este Município, em organizar este evento.
Estamos certos que este sucesso que ainda agora iniciou, é um marco para uma relação entre o passado e o presente, mas que irá permitir um futuro.

Hoje, aqui, defendemos a história de Portugal, a nossa identidade, mas também o desejo de recordarmos aqui que fomos, como incentivo para aquilo que podemos voltar a ser.

Um povo corajoso, que possuiu colónias maiores que o nosso continente, que espalhou a nossa língua, pelo quatro cantos do mundo.

Neste almoço gostava de lançar um pedido.

O Banco Local de Voluntariado de Celorico de Basto está a promover uma campanha de solidariedade com vista à recolha de fundos para aquisição de um elevador de transferência.
Trata-se de uma ajuda técnica que visa prestar apoio à transferência e elevação de pessoas com mobilidade reduzida, como é o caso do Paulo Filipe Carvalho Martins.
Este jovem de 13 anos, residente na freguesia de Gémos no Concelho de Celorico de Basto sofre de distrofia muscular progressiva.
Distrofia muscular é uma doença genética que afecta os músculos causando degeneração com perda de autonomia de movimentos.
O Paulo Filipe é um jovem lutador que conta com o apoio incondicional de seus pais, que apesar da sua situação financeira esforçam-se por prestar todos os cuidados necessários ao seu bem estar. Esta ajuda técnica revela-se fundamental para lhe prestar os cuidados básicos de higiene com conforto e segurança, permitindo a adequada transferência para a cadeira de rodas, para o banho ou até mesmo para a cama, apenas com a ajuda de uma única pessoa.
A associação do Banco Local de Voluntariado de Celorico de Basto a esta causa reveste-se de especial importância, no sentido de proporcionar o mínimo de bem estar ao Paulo Filipe e aos seus pais que vivem angustiados com esta doença.
Assim, pretendemos a ajuda de todos para minimizar o sofrimento e elevar o bem estar e a sua qualidade de vida.
O Banco Local de Voluntariado de Celorico de Basto agradece o seu nobre gesto.

Ser monárquico é também saber ajudar e participar em acções sociais como esta.

Agradeço a todos, a vossa disponibilidade para ajudar que precisa.

Obrigado e Viva Portugal!
(Manuel Beninger)
Ou a República anda da perna ou a perna dá um pontapé na República”.
Drº Joaquim Mota e Silva, Presidente da CM de Celorico de Basto

CONFERÊNCIA MONARQUIA 2010 COM A PRESENÇA DE S.A.R. O SENHOR DOM DUARTE, DUQUE DE BRAGANÇA 

Conferência “Monarquia 2010! (*)

Sua Alteza Real D. Duarte de Bragança
Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto
Sr. Presidente da Mesa do Congresso e do C.N. Nacional do PPM
Sr. Presidente da Distrital de Braga do PPM
Srs. Representantes das diversas Associações Monárquicas
Caros Amigos Monárquicos

A Comissão Política do PPM, ao enviar a este dia da União Monárquica, dois dos seus mais altos dirigentes nacionais, pretende dar um sinal inequívoco de que se encerrou em definitivo um ciclo de afrontação pessoal, abrindo-se um novo ciclo de união e diálogo entre todos os monárquicos.
O PPM deixa aqui, uma mensagem muito clara, para quem duvidava, do profundo respeito que a Sereníssima Casa de Bragança e seu Chefe, Sua Alteza Real o Sr. Duarte nos merece.
Os desafios que hoje se colocam ao Povo Português são de dimensão tal, que exigem de todos os portugueses sem excepção, o sentido de responsabilidade e de Portugalidade que os monárquicos, de forma superior, sempre souberam assumir. Daí que a união seja fundamental para nos tornarmos mais fortes e mais respeitados pela República. A Pátria assim o exige e, acima de tudo, o merece.
O PPM como Partido Político, co-habitando com os demais partidos democráticos republicanos, ainda que a sua expressão eleitoral não traduza a sua dimensão real, é visto e respeitado pelos seus pares como uma voz autorizada dos monárquicos.
Cabe, assim, através do nosso sentido de responsabilidade apelar a todos os monárquicos para que respeitem o PPM e, se assim o entenderem, tragam para o partido propostas e ideias capazes de nos tornar melhores e ainda mais credíveis.
O Partido esteve e sempre estará de portas abertas para receber e valorizar a vossa imprescindível colaboração.
Em sintonia com os seus estatutos e porque vive sob o regime Republicano, o Partido Popular Monárquico nunca poderia ser o Partido do Rei, mas deverá, por força da sua acção política, ser capaz de ganhar a estima do Povo Português, para que um dia consiga, aquilo que todos desejámos - restaurar a monarquia Portuguesa.
Hoje o Partido está diferente, a sua acção política é respeitada e as distritais estão activas e com uma efectiva produtividade, que muito vem dignificando o PPM.
Nestes 100 anos de República, mais do que nunca o Partido se tem empenhado em denunciar o lamentável artigo 288 alínea b) da Constituição Portuguesa, que se diz muito livre, avançada e progressista mas que notoriamente é segregacionista e discriminatória, impedindo os portugueses de se sentirem cidadãos de pleno direito no que concerne à livre escolha de Regime, porque lhes é vedado um direito elementar, consagrado em qualquer Constituição verdadeiramente democrática.
A partir deste dia 3 de Outubro de 2010, tudo será diferente, e Celorico de Basto, terra de fortes tradições monárquicas, ficará para sempre, indelevelmente ligada a um evento que mudou o rumo da história do Movimento Monárquico em Portugal.
Temos a forte convicção de que a expressão eleitoral do PPM, nas próximas eleições será uma surpresa para os Republicanos, que até hoje sempre apostaram nas lutas fratricidas entre os Monárquicos.
O PPM, dá assim um forte contributo pela união, sendo agora preciso potenciar as sinergias e concentrar esforços em objectivos comuns.
Ao amigo Manuel Beninger, Presidente da Distrital de Braga, e grande impulsionador desta louvável iniciativa, por tudo o que tem vindo a fazer com grande dignidade e competência, o partido, reconhece e agradece a um dos seus mais produtivos militantes.
A todos que aqui quiseram vir participar e testemunhar estes eventos, que estamos certos ficarão na história do partido e do País, dizer-lhes que nos orgulha a vossa presença.
Por último e como o nosso povo diz, os últimos são os primeiros… importa aqui salientar, que o PPM Nacional, enaltece a coragem política do Sr. Presidente da Câmara de Celorico de Basto, que ao acolher este evento provou que além de ser republicano é antes de mais um português e grande democrata, o PPM agradece e a História se encarregará de lhe fazer justiça.
Por Portugal, pela Coroa e pela Restauração da Monarquia. 

Adrião Saraiva Gonçalves
Vice-Presidente da Mesa do Congresso e do Conselho Nacional do PPM

(*)
Engº Paulo Alves – Presidente da Mesa do Congresso e do Conselho Nacional do PPM, Drº Joaquim Mota e Silva – Presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto, SAR O Senhor Dom Duarte Duque de Bragança, Adrião Saraiva Gonçalves – Vice-Presidente da Mesa do Congresso e do Conselho Nacional.
O Senhor Dom Duarte na Conferência "Monarquia 2010! "(*)

Comemora-se este ano, uma fantasiosa estrutura, dita democrática, apelidada de república.
Nós iremos comemorar no dia 5 de Outubro a nossa fundação, e sempre que comemoramos alguma efeméride, é o nome de Portugal que comemoramos.
Somos Monárquicos, defendemos uma restauração de uma Monarquia, defendemos a restauração da nossa identidade.
Mas só num espírito de união, de unificação de todos os monárquicos, é que nos permite um dia, a nossa tão esperada monarquia.
Queremos uma Monarquia!
E por isso, em termo de compromisso, por Portugal e por uma monarquia, vos peço, que neste solene momento nos unamos e ditemos a organizar, a promover iniciativas em conjunto, para que um dia em monarquia, possamos gritar viva o Rei!

(Manuel Beninger)

(*) Eduardo da Costa Seixas, Manuel Beninger e José Carlos Menezes

“Ou a República anda da perna ou a perna dá um pontapé na República”.
Joaquim Mota e Silva, Presidente da CM de Celorico de Basto.

NO CENTENÁRIO: OS "ADIANTAMENTOS PRESIDENCIAIS"

Em princípio, serão mais de 4.750.000 Euros a ser dispendidos com os candidatos que obtiverem mais de 5% dos votos nas eleições presidenciais, podendo estes cavalheiros começar desde já, a pedir "adiantamentos". Nada de especial. C'est la republique! Quem a quer, que a pague.

O comentário da Plataforma do Centenário:
21 milhões de Euros/ano para o Palácio de Belém (em Espanha, 8,5 milhões/ano para João Carlos I) + manutenção de 3 ex-presidentes e respectivo staff, etc + manutenção das casas oficiais da presidência (em todo o país), + viagens ao estrangeiro+dúzias de assessores+Falcon para ir ver o Papa+Falcon para ir buscar S. Exa. a Barcelona+10.000.000 Euros para a Comissão da Comemoração de 1910-26…
Já percebemos o porquê da festança no 5 de Outubro.

Notícia tirada do post de Carlos Loureiro, no Blasfémias


Se vos apetecer, vejam o que Pacheco Pereira diz acerca das comemorações.

Nuno Castelo-Branco

Fonte: Centenário da República

DISCURSO DE S.A.R., DOM DUARTE DE BRAGANÇA NO 5 DE OUTUBRO DE 2010 EM GUIMARÃES - PAÇO DOS DUQUES DE BRAGANÇA


Portugueses

5 de Outubro de 1143 é uma data fundadora para Portugal. Durante quase 800 anos a vontade e a determinação do povo, firmemente ancoradas na vontade e determinação dos seus Reis, conduziram os destinos desta comunidade de sonhos, a que chamamos Pátria.

Mas 5 de Outubro, agora de 1910, é também a data em que a invasão mental estrangeira ocupou Portugal.

Hoje, como sempre, falarei para todos, sem acepção ou excepção alguma.

Mas hoje, como nunca, serei a voz de todos pela boca de alguns.

Nenhuma das palavras que Vos irei ler me pertence, porque todas já eram pertença de todos depois de escritas por alguns de Vós.

Irei ler-Vos excertos de alguns dos nossos maiores escritores. Evocando Portugal, ou retratando a república.

As suas assinaturas declaram os nomes de Camões, Ramalho Ortigão, Fialho de Almeida, Eça de Queiroz, Almada Negreiros, Fernando Pessoa e Pe. António Vieira.

Por isso em nome de todos a estes as agradeço.

Portentosas foram antigamente aquelas façanhas, ó Portugueses, com que descobristes novos mares e novas terras, e destes a conhecer o Mundo ao mesmo Mundo. Naqueles ditosos tempos (mas menos ditosos que os futuros) nenhuma cousa se lia no Mundo senão as navegações e conquistas de Portugueses. Esta história era o silêncio de todas as histórias. Os inimigos liam nela suas ruínas, os émulos suas invejas e só Portugal suas glórias. Mas se a história das cousas passadas (a que os sábios chamaram mestra da vida) tem esta e tantas outras utilidades necessárias ao governo e bem comum do género humano e ao particular de todos os homens, e se como tal empregaram nela sua indústria tantos sujeitos em ciência, engenho e juízo eminentes, como foram os que em todos os tempos imortalizaram a memória deles com seus escritos; porque não será igualmente útil e proveitosa, e ainda com vantagem, esta nossa História do Futuro, quanto é mais poderosa e eficaz para mover os ânimos dos homens a esperança das cousas próprias, que a memória das alheias? PADRE ANTÓNIO VIEIRA

O Partido Republicano em Portugal nunca apresentou um programa, nem verdadeiramente tem um programa. Mais ainda, nem o pode ter: porque todas as reformas que, como partido republicano, lhe cumpriria reclamar, já foram realizadas pelo liberalismo monárquico. EÇA DE QUEIROZ

A república francesa que implantaram em Portugal, sem nenhuns pontos de contacto com quanto em nós seja português. Nenhuma reacção do espírito progressivo a instaurou; foi um fenómeno da nossa decadência, da nossa desnacionalização. FERNANDO PESSOA

No dia 5 de Outubro, em Portugal, não havia despotismo, não havia opressão e não havia fome. Os princípios proclamados à custa de tanto sangue pela Revolução Francesa, há mais de um século, ninguém precisava de os tornar a proclamar na Avenida agora, precisamente no período histórico em que quase todos esses princípios se acham refutados pela crítica experimental e científica do nosso tempo. Os famosos princípios da Revolução Francesa, leit-motiv de toda a cantata revolucionária de [5 de] Outubro último, são, precisamente, os que vigoram em toda a política portuguesa, desde o advento da revolução liberal de 1834 até nossos dias. RAMALHO ORTIGÃO

Os novos revolucionários de 1910, com excepção honrosa dos que não sabem ler, não tiveram por decuriões senão os seus predecessores revolucionários liberais de 34. E daí para trás — o que quer dizer daí para cima — nunca abriram um livro. Tal a razão porque os raros homens de letras, que a nossa República conseguiu mobilizar, dia a dia se desagregam da hoste refugiando-se no anacoretismo filosófico, enojados da crassa ignorância dos sarrafaçais a que o regime os emparelhou. RAMALHO ORTIGÃO

É alguém capaz de indicar um benefício, por leve que seja, que nos tenha advindo da proclamação da República? Não melhorámos em administração financeira, não melhorámos em administração geral, não temos mais paz, não temos sequer mais liberdade. Na Monarquia era possível insultar por escrito impresso o Rei; na república não era possível, porque era perigoso, insultar até verbalmente o Sr. Afonso Costa. FERNANDO PESSOA

Bandidos da pior espécie (muitas vezes, pessoalmente, bons rapazes e bons amigos – porque estas contradições, que aliás o não são, existem na vida), gatunos com seu quanto de ideal verdadeiro, anarquistas-natos com grandes patriotismos íntimos – de tudo isto vimos na açorda falsa que se seguiu à implantação do regímen a que, por contraste com a Monarquia que o precedera, se decidiu chamar República. FERNANDO PESSOA

Este regímen é uma conspurcação espiritual. Os republicanos passaram a legislar em ditadura, fazendo em ditadura as suas leis mais importantes, e nunca as submetendo a cortes constituintes, ou a qualquer espécie de cortes. FERNANDO PESSOA

Desde a proclamação da República que em Lisboa se não faz outra coisa se não pedir. FIALHO DE ALMEIDA

É certo que nunca as classes dirigentes se divertiram tanto em excursões de recreio, nem se banquetearam tão repetidamente, como hoje em dia. Na casa, porém, de cada cidadão, nem o imposto diminuiu nem o passadio embarateceu.
Enquanto à prometida barateza a que seriam reduzidos os víveres, ao proporcional aumento a que seriam elevados os salários, ao desenvolvimento que teria o ensino e à perfeição que atingiria a disciplina da sociedade, uma vez sacudido da cerviz do povo o inconfortável jugo ominoso do regime extinto, observa-se que nunca se comeu mais caro, nunca foi mais numerosa a legião dos operários sem trabalho, nunca […] tantas propriedades foram impunemente assaltadas e destruídas como agora as redacções e as tipografias de cinco jornais. A República Portuguesa continua dando ao mundo o mais espantoso e inacreditável espectáculo: - existe! RAMALHO ORTIGÃO

O predomínio incondicional exercido pelas sociedades secretas em quase todos os actos do governo, como por exemplo na escolha das cores da bandeira, deposição de funcionários antigos e com direitos adquiridos, e imposição d’outros sem mais competência do que as suas cumplicidades carbonárias; Corre que outras medidas de violência serão tomadas no sentido de desarmarem pelo terror as inumeráveis massas de cidadãos que não aderiram à República. FIALHO DE ALMEIDA

Um país não pode ficar assim toda a vida, num pátio de comédia.
Quebrámos estouvadamente o fio da nossa missão histórica. Desmoralizámo-nos, enxovalhámo-nos, desaportuguesámo-nos. RAMALHO ORTIGÃO

Quem considerar o Reino de Portugal no tempo passado, no presente e no futuro, no passado o verá vencido, no presente ressuscitado e no futuro glorioso; e em todas estas três diferenças de tempos e estilos lhe revelou e mandou primeiro interpretar os favores e as mercês tão notáveis com que o determinava enobrecer: na primeira, fazendo-o, na segunda restituindo-o, na terceira, sublimando-o.
Mas se a história das cousas passadas (a que os sábios chamaram mestra da vida) tem esta e tantas outras utilidades necessárias ao governo e bem comum do género humano e ao particular de todos os homens, e se como tal empregaram nela sua indústria tantos sujeitos em ciência, engenho e juízo eminentes, como foram os que em todos os tempos imortalizaram a memória deles com seus escritos; porque não será igualmente útil e proveitosa, e ainda com vantagem, esta nossa História do Futuro, quanto é mais poderosa e eficaz para mover os ânimos dos homens a esperança das cousas próprias, que a memória das alheias?
Têm na memória que também antigamente pagavam, e que então era tributo do cativeiro o que hoje é preço da liberdade; sobretudo vêem a seu rei da sua Nação e da sua Língua, e que o têm consigo e junto a si para o requerimento da justiça, para o prémio do serviço, para o remédio da opressão, para o alívio da queixa; rei que os vê e se deixa ver; que os ouve e lhes responde; que os entende e o entendem; que os conhece e lhes sabe o nome. PADRE ANTÓNIO VIEIRA

Dispensem todas as teorias passadistas! Criem o espírito de aventura e matem todos os sentimentos passivos! Mostrem que a geração portuguesa do século XXI dispõe de toda a força criadora e construtiva!
Gritai nas razões das vossas existências que tendes direito a uma Pátria civilizada. ALMADA NEGREIROS

Portugueses

Em 1928, Fernando Pessoa escreveu o poema NEVOEIRO, do qual vos vou ler a última estrofe:

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…
É a hora!

Portugueses

Saibamos fazer a hora. Restauremos a esperança na lusitana antiga liberdade.

VIVA PORTUGAL!